Diretor do Time do Remo explica sucesso da base e trabalho durante a pandemia

9 de julho de 2020
Responsabilidade. Essa é a palavra-chave no trabalho da melhor base do Pará e a quarta da Região Norte, segundo o Ranking DaBase. O Clube do Remo, espaço de diversos esportes, tem nas categorias de base do futebol um de seus maiores destaques. E o trabalho sério foi valorizado por Marcelo Bentes, diretor da base do clube.
Em entrevista exclusiva ao DaBase.com.br, o dirigente destacou que o profissionalismo e a responsabilidade fazem do Remo uma potência na base do Pará.
“O Remo é um espelho em Belém do Pará. Nós preocupamos em formar atletas e seres humanos. Para chegar a esse patamar, trabalhamos com responsabilidade, coerência e profissionalismo. Chegamos até aqui sendo responsáveis e agora só queremos dar continuidade, evoluir cada vez mais”, disse.
Para desenvolver esse processo, é preciso estrutura. Nesse sentido, o Clube do Remo oferece a cerca de 150 atletas nas categorias sub-15, sub-17, sub-20 e feminino dois espaços de treinamento: a Fazendinha e o Ninho dos Cobras, em Ananindeua, além da sede no Baenão. Com atividades diárias, os jovens utilizam de todas as estruturas que os profissionais têm acesso, como academia, departamento médico e refeitório. Segundo Bentes, essa estrutura é fundamental.
“O Remo tem essa preocupação, pois entendemos que a base é a alma do negócio. A estrutura ainda vai render muitos frutos, assim como já vem rendendo. Damos tudo que o profissional tem, toda a preparação necessária. Só não alojamos os atletas”, comentou..
O dirigente também valorizou a equipe de trabalho, formada apenas por profissionais com curso superior e preparados para atender os jovens. Marcelo disse que uma das principais preocupações é formar os atletas também como cidadãos, caso não se tornem jogadores profissionais.
E o trabalho vem dando resultados. Como líder do Ranking DaBase no Pará, o Remo acumula conquistas em todas as categorias do Campeonato Paraense de base, sendo o atual bicampeão sub-15. Além dos títulos, a revelação de jogadores é uma das principais armas para buscar o sucesso no profissional.
“Temos hoje de sete a nove jogadores no profissional. Um deles é o Ronald, que está crescendo muito. Queremos que ele fique aqui e seja o sucessor na lateral-direita, posição difícil no mercado. Nossa preocupação é servir o time profissional e também negociar atletas”, afirmou.
A pandemia do novo coronavírus, no entanto, atrapalhou alguns planos do Leão Azul. A incerteza sobre a realização de competições e a necessidade do distanciamento social obrigou o clube a criar alternativas para manter os atletas ligados ao trabalho.
“Usamos um aplicativo para manter os treinamentos de todas as categorias. Todos os dias, fazemos reuniões com comissão técnica e diretoria, para orientarmos os atletas. A gente não sabe a estrutura que cada um tem em casa, então tentamos nos aproximar mais deles, valorizar o esforço”, contou.
Sem previsão de retorno, uma das maiores preocupações de Marcelo Bentes é a quantidade de competições. Analisando o atual momento do futebol de base brasileiro, ele diz que é preciso aumentar o número de jogos e olhar com cuidado para o futuro do futebol.
“Acho que temos poucas competições. Deveriam ter mais, um campeonato que se assemelhasse ao profissional com todas as divisões, por exemplo, torneios estaduais que possam dar rodagem aos meninos. Hoje, além de jogar o Paraense, jogamos torneios internos para ter mais jogos, para ter maior calendário para a base. Temos que olhar com carinho para a base de todo o Brasil. Assim vamos poder revelar mais atleta para grandes clubes e seleção”, concluiu.
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