O Cruzeiro mantém o planejamento de obter receita com negociações de direitos econômicos de jogadores formados na base. Em live no YouTube, o presidente Sérgio Santos Rodrigues afirma que o clube está disposto a fazer negócio, desde que atenda às exigências financeiras e não prejudique o planejamento do elenco conduzido pelo técnico Enderson Moreira.
“Na verdade, as propostas chegam, mas a gente só não fica divulgando proposta. A gente fala que se chegar proposta boa, vamos vender. Elas só têm que ser compatíveis com o que a gente acha que é o preço. A gente continua firme sempre”.
Em 5 de junho, o Cruzeiro vendeu 70% dos direitos econômicos do zagueiro Edu ao Athletico-PR por R$ 2,5 milhões. O jogador de 20 anos havia disputado três partidas em 2020 (duas como titular), com um gol marcado no empate por 2 a 2 com o São Raimundo-RR, fora de casa, pela primeira fase da Copa do Brasil.
O dinheiro ajudou o Cruzeiro a colocar os salários em dia. Nas redes sociais, vários torcedores celestes criticaram os pormenores da negociação, entendendo que Edu tinha potencial para render quantia mais elevada, uma vez que acumula convocações às seleções de base. Mas o presidente confia que a decisão foi tomada de maneira segura.
“Até hoje, a gente só fez uma venda que não tem a ver com ativo, valorização ou não, a gente vê um ou outro criticando, mas eu queria entender o parâmetro de mercado que as pessoas usam para isso, porque acho que é uma análise técnica. Quando a gente vai vender, a gente entende qual o custo desse atleta, qual a possibilidade desse atleta jogar, jogadores no mercado com a rodagem que ele tem e foram vendidos por quanto?”, diz Sérgio.
“A gente tem que tirar essa ideia de que se vendermos um menino de 18 anos é ruim de qualquer jeito. Pode dar certo, como pode dar errado. Então, existe um modelo, um cálculo por trás disso tudo, feito por gente técnica. Não sou eu que faço essa valorização, a gente tem uma equipe técnica que faz isso”, complementa.
Do grupo cruzeirense, alguns jovens são bem avaliados no mercado. O volante Jadsom, por exemplo, esteve na mira do Athletico-PR, que até formalizou oferta de 500 mil euros (R$ 3 milhões) por 30% dos direitos econômicos, recusada pela Raposa. Os zagueiros Cacá, Arthur e Paulo, os volantes Adriano e Pedro Bicalho, o meia Maurício e os atacantes Thiago e Stênio também recebem sondagens de maneira constante.
“As propostas continuam chegando sim, mas não houve venda porque a gente acha que as que chegam não estão adequadas ao que os nossos atletas merecem. Chegando propostas adequadas, não tenho dúvida que será necessário e iremos vender sem problema nenhum”, conclui Sérgio Rodrigues.
A comercialização de direitos econômicos de pratas da casa servirá para manter em dia as obrigações emergenciais, como salários de jogadores e funcionários e processos movidos por clubes na Fifa. Com relação à dívida geral, a administração tentará amortizar em longo prazo.
Em auditoria independente nas contas do Cruzeiro, a Moore calculou a dívida em R$ 803 milhões. Já a Ernst & Young, baseada nas demonstrações financeiras disponibilizadas, estima o passivo em R$ 799 milhões. Por fim, o Itaú BBA considera um valor menor, de R$ 707 milhões. Dessa quantia, aproximadamente R$ 329 milhões correspondem a débitos tributários com a Fazenda Nacional/União.
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