Aline Ferreira se tornou nesta quinta-feira a primeira brasileira a conquistar uma medalha em um Mundial de Luta (wrestling) ao ficar com a prata na categoria até 75kg em Tashkent, no Usbequistão. Na final, a atleta de 28 anos, que já havia sido vice-campeã mundial júnior em 2006 (na categoria até 72kg), perdeu por 2 a 1 para a norte-americana Adeline Gray, medalhista pelo quarto Mundial consecutivo.
A surpresa pela medalha desta quinta-feira é só pelo fato de ela ter sido conquistada por Aline Ferreira, menos cotada do que Joice Silva, eliminada na primeira luta do Mundial, também nesta quinta.
O fato de o Brasil ter subido ao pódio em um Mundial de Luta é resultado do tratamento dado ao esporte, há pelo menos três anos, como potencial medalhista dos Jogos Olímpicos de 2016. Por isso, o Ministério do Esporte e o Comitê Olímpico Brasileiro têm dado bom respaldo à Confederação Brasileira de Luta Associada. A Federação Internacional de Lutas Associadas também ajuda, pagando salário de pelos menos dois dos quatro técnicos estrangeiros – o cubano Pedro Garcia Perez comanda o time feminino.
No ano passado, Joice chegou até as quartas de final e acabou derrotada por uma atleta do Azerbaijão. Como a rival não foi à final, ela perdeu a chance de disputar o bronze na repescagem. Laís Nunes caiu nas oitavas e também não pôde participar da repescagem porque a algoz acabou eliminada na sequência.
Agora o Brasil foi muito além com Aline, que passou por Gulmira Izmatova (Usbequistão) e Burmaa Ochirbat (Mongólia) antes da final. Na disputa do ouro, a norte-americana foi mais ofensiva e pontuou primeiro, ainda no segundo minuto de luta. A brasileira equilibrou as ações, mas só pontuou por falta de combatividade, perdendo de 2 a 1 após seis minutos.